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Antes que Porto Alegre nos engula

Nada contra tudo isso. Bem pelo contrário, amava esta cidade desde o tempo em que não a conhecia. Sabia, de onde estava, tudo o que acontecia na Capital do Estado. E desejava morar aqui mais do que em qualquer outro lugar do planeta. Depois de conhecer um pouco mais, decidi que é aqui que pretendo sentar chão, já na idade avançada. Só não esperava que, estando aqui, ela resolvesse devorar a mim.

Mas é claro que eu não vou deixar que isso aconteça. Vocês me conhecem muito bem e sabem que sou de pelear. Não fui criada na campanha, mas nasci com sina de guerreira. E a prova de que mulheres como eu não se dão por vencidas tão facilmente, é de que minha amiga Talise já está conquistando o seu espaço e crescendo profissionalmente, o que eu também não vou desistir de conseguir. Em breve estarei contando tudo aqui para vocês, como prova de que esta cidade por vezes maravilhosa, por vezes cruel, não vai me aniquilar.

Enquanto isso, “queridos amigos”, eu ando abusando daquilo que Porto Alegre tem de bom. Divirto-me quando percebo que conheço mais esta cidade do que aqueles que aqui nasceram e vão viver a vida inteira. Já não dou mais bola para os pedintes que me enchem de desaforas cada vez que lhes nego esmolas, ao mesmo tempo que me divirto com a peruísse das mulheres que precisam se arrumar exageradamente e sempre para se sentirem bonitas. Faço questão de carregar meu sotaque para perceberem que não sou daqui, e que jamais deixarei de ser quem eu sou.

Esta semana recebi uma declaração de amor e vida que me fez amar ainda mais meu namorado. Ele, morando aqui há mais de uma década, afirmou que conheceu Porto Alegre depois que começou a namorar comigo. Meu lindão, não se acomode, pois vou te fazer passear pelo mundo inteiro, e se o Universo permitir, até pelos outros mundos que na Galáxia existem.

Claro que em dias como este, de chuva e engarrafamentos, o que mais queria era poder estar em casa – o adorável e florido apartamento que divido com a minha frida Talise – entre meus livros e, no momento “Seu Ildo” do dia, tomando um saboroso chimarrão. Mas como não posso, perco minhas calorias e minha paciência tratando com pessoas legais e simpáticas e outras nem tão pessoas assim que nada mais fazem do que deixar transbordar sua ignorância, futilidade, vaidade e arrogância. Felizmente esse tipo de pessoa existe em todo o lugar e são elas que deixam a nossa vida um pouco menos doce, que é para não enjoar.

Aos amigos aviso que nossa casa está sempre aberta para recebê-los e há sempre um chimas saboroso e um ouvido amigo para que compartilhem suas venturas e desventuras.

Beijocas mil!

Janina Stasiak – Porto Alegre, 29/02/2008, às 09h17

 

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